Visita realizada a Sintra em 29 de Abril de 2003
"O maestro embasbacou. No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma composição quase fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavalaria e de amor. Era no primeiro plano o terreiro, deserto e verdejante, todo salpicado de botões amarelos; ao fundo, o renque cerrado de antigas árvores, com hera nos troncos, fazendo ao longo da grade uma muralha de folhagem reluzente; e, emergindo abruptamente dessa copada linha de bosque assoalhado, subia no pleno resplendor do dia, destacando vigorosamente num relevo nítido sobre o fundo do céu azul-claro, o cume airoso da serra, toda cor de violeta-escura, coroada pelo Palácio da Pena, romântico e solitário no alto, com o seu parque sombrio aos pés, a torre esbelta perdida no ar e as cúpulas brilhando ao sol como se fossem feitas de ouro..."
Os Maias, de Eça de Queirós
“O palácio do Imperador era o mais bonito do mundo, feito de porcelana tão delicada e frágil que só com muito cuidado se podia tocar-lhe. O jardim estava repleto de flores extraordinárias. Das mais raras pendiam campainhas de prata. Ninguém passava por ali sem as observar. No jardim estava tudo admiravelmente ordenado. Era tão extenso que nem mesmo o jardineiro sabia onde acabava. Depois de muito caminhar, chegava-se a um magnífico bosque com árvores muito altas e grandes lagos. O bosque continuava até ao mar, que era azul e profundo; por isso os navios que navegavam ao longo da costa se estendiam sobre a água. Naquelas árvores vivia um rouxinol, que cantava suavemente ...”
O Rouxinol do Imperador, de Andersen
“Foi em convívio com a natureza que os sentimentos de amor se sublimaram sempre em mim,foi em contacto com ela que elaborei a maioria das páginas que tenho escrito.” - Ferreira de Castro
Nenhum comentário:
Postar um comentário